PORQUÊ EU?...
O
meu nome é Maria, sou casada e trabalho, juntamente com o meu marido, na feira
da madrugada. Sempre conseguimos a nossa sobrevivência desse trabalho, que
começou quando ganhamos um Box. Coseguimos desenvolver um trabalho no ramo da
confecção e estávamos no cominho certo, tanto que já podíamos, todo começo de
ano, viajar para visitar os nossos parentes.
Mas
devido a problemas que fogem do nosso entendimento, a Prefeitura passou a
administrar a feira da madrugada. Após tomar posse da administração da feira, a
Prefeitura editou uma portaria estabelecendo, como obrigatório, o cadastramento
a todos os trabalhadores da feira. Acontece que no começo do ano, por ficar o
movimento fraco, a maioria dos donos de boxes viajam, e entre esses estávamos
incluídos. Em 2011, estávamos viajando, quando a Prefeitura abriu o
cadastramento dos boxes.
Somente
alguns dias depois de acabar o prazo para o cadastramento, chegamos e tomamos
conhecimento do cadastramento, mas como a Prefeitura anunciava, nos serviços de
alto falante da feira, que haveria um novo cadastramento, ficamos tranquilo e
continuamos a trabalhar normalmente, mesmo porque, existia varias pessoas com o
mesmo problema, não tinham realizado o cadastramento. O problema foi que não
houve o segundo cadastramento como foi anunciado, o que acabou prejudicando
varias pessoas que ficou sem cadastro.
No
mês de agosto, com a proposta de punir aqueles que comercializavam mercadorias
ilegais, a feira foi fechada pela Prefeitura. E tudo mudou. Somos pequenos, não
tínhamos uma grande estrutura de trabalho, com o fechamento da feira, a nossa
mercadoria ficou presa no interior do Box, não tínhamos acesso à mercadoria e
dessa forma não tínhamos mercadoria para trabalhar e pagarmos nossas dividas.
Nesse
meio tempo, começaram a chegar as contas e mais contas para pagar,
fornecedores, instituições financeiras, colaboradores, inclusive nossas contas
particulares, começando então, o nosso grande pesadelo, a feira fechada, nossa
mercadoria presa no Box, nós aflitos e de mãos atadas, desesperados, sem ter o
que fazer e nem trabalhar.
Quando
a feira abriu ficamos ainda mais desesperados, descobrimos um enorme prejuízo,
as nossas mercadorias estavam todas danificadas, tendo até destruição promovida
por ratos, deixando todas as peças impróprias para o comercio, olhamos para
tudo aquilo e apenas víamos mais um enorme prejuízo de difícil solução.
A
feira reabriu, mas em meio a tantas confusões e inseguranças, os clientes não
apareceram, impossibilitando as vendas. As nossas dividas começaram vencer e
como não tínhamos como pagar,, ficamos em uma situação difícil, tão difícil que
perdemos o nosso credito na praça, perdemos a possibilidade de trabalho, devemos
a fornecedores, instituições financeiras, e não temos saída, pois além de não
ter mais credito, nos foi retirado o Box, por não termos o cadastro, ficamos
literalmente sem saída, nós não sabemos fazer nada diferente do que fazíamos, o
Box é nossa única ferramenta de trabalho.
Conseguiríamos
a solução se a Prefeitura não nos impedisse de trabalhar no nosso local de
trabalho, onde sempre trabalhamos, mas por não termos conseguido fazer o
cadastro, nos foi negado o direito de trabalhar, mesmo que nada tivéssemos
feito de errado, pois o local, de direito é nosso e uma operação de cadastramento,
realizada de forma totalmente comprometedora e cheia de ilegalidades, não pode
nos colocar nessa situação e ter a força de nos tirar o nosso único local de
trabalho e destruir o nosso meio de sobrevivência, e principalmente os nossos
sonhos.
Hoje
devido aos desmandos da Prefeitura, somos inadimplentes, não temos condições de
nada, pois até o nosso local de trabalho nos foi usurpado e devido a tudo isso,
a nossa vida, antes toda controlada, está hoje em total desarranjo, não temos
condições nem de alugar uma casa para morarmos, tudo por termos perdido o nosso
direito de trabalhar, em um espaço que conquistamos com muito trabalho e
esforço, espaço que nos foi arrancado ilegalmente e injustamente e por um ato
de abuso. A feira tinha sua dinâmica, tudo funcionava bem e sem qualquer
problema. Trabalhar honestamente foi o que eu e meu marido sempre fizemos, não
sabemos fazer nada diferente. A Prefeitura que deveria cumprir sua função
social, ou seja, garantir as condições de trabalho de todos os cidadãos, age de
forma autoritária, sem qualquer conhecimento de funcionamento da feira, realiza
um cadastramento de forma ilegal e tendenciosa e não dá qualquer possibilidade
de defesa e explicação pela falta do cadastro. Ditatorialmente, retira,
daqueles que acreditaram na sua palavra e não teve a oportunidade de realizar o
cadastro do seu Box, o seu local de trabalho, sem qualquer explicação ou
fundamento. Assim, olho para o meu marido e perguntamos um ao outro, o que
vamos fazer, se não conseguirmos de volta o nosso local de trabalho?
É
diante desse quadro, dessa duvida, para nos dramático, e para que possamos
andar de cabeça erguida, para que possamos tirar nossa sobrevivência do nosso
trabalho, como sempre tiramos, pois não temos preguiça de trabalhar, e para que
isso aconteça, estamos lutando para termos o nosso Box de volta, o nosso local
de trabalho nos é imprescindível. A Prefeitura se coloca numa posição de Senhor
Feudal, só ela pode fazer, não dá explicação para ninguém, não muda a sua
posição por nada, mesmo ciente de que esta errada. Sem saber o que fazer ou a
quem se socorrer que perguntamos. O que será de nos e de nossa família? Será
que ninguém está vendo a realidade dos fatos? Porque,mesmo com a mudança de
administração tudo continua no mesmo, inclusive as coisas erradas?
Nos
acreditamos no PT, que na sua administração a moralidade seria instalada na
feira, mas não é isso que está acontecendo. Temos o sentimento de que a feira
acabou para nós, os honestos não está tendo espaço, também, nessa administração,
mas o pior é que a feira está acabando, os problemas aumentam dia a dia, os
clientes não sentem segurança para trabalhar com a feira, não há um atendimento
a altura e dessa forma procuram novos espaços para realizarem suas compras.
SÓ
QUEREMOS TRABALHAR HONESTAMENTE E DE FORMA DESCENTE, COMO SEMPRE FIZEMOS, ANTES
DA CHEGADA DA PREFEITURA, QUEREMOS E NECESSITAMOS DO NOSSO BOX DE VOLTA, POIS É
UM DIREITO ADQUIRIDO, CONSEGUIDO COM MUITA LUTA, TRABALHO E NOITES SEM DORMIR.
NÃO ACEITAMOS E NEM CONCORDAMOS COM A POSIÇÃO E OS PROCEDIMENTOS DA PREFEITURA,
POR TUDO ISSO QUE QUEREMOS O NOSSO DIREITO RECONSTITUIDO, A DEVOLUÇÃO DO
DIREITO DE TRABALHAR NO NOSSO LOCAL DE TRABALHO, NO NOSSO BOX. JÁ QUE NÃO
COMETEMOS CRIME ALGUM. QUE A PREFEITURA SAIA DO CASULO E DIGA PRA QUE VEIO, NÃO
ACEITAMOS MAIS ATITUDES PALIATIVAS, QUEREMOS UMA SOLUÇÃO, UMA DEFINIÇÃO DA
SITUAÇÃO DA FEIRA.
CONTE A SUA HISTÓRIA PARA NÓS, É BOM QUE
SAIBAM DAS DIFICULDADES E ACERTOS QUE PASSAMOS, MAS NINGUÉM FICA SABENDO. QUEM SABE ASSIM
TOMAMOS UMA DECISÃO E FICAMOS UNIDOS EM NOSSAS LUTAS.
AMEC-M
e-mail
– amec.feira@gmail.com
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